quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

hohoho

eu tinha decidido que não postaria mais nada mimizento aqui (como a maior parte dos outros posts), mas deu vontade de falar do natal.

do natal dentro de um sufocante armário de vidro.
do natal cercado de obrigações e necessidade de fazer o melhor... pros outros.
do natal sem a pessoa que se ama ao lado.
do natal em que se tem certeza de que o foco da oração principal é que "tire dela tudo que não ~provém de ti~".
do natal em que quilômetros me separam de quem tá do meu lado.
do (eu desejo) último natal que penso mais em quem não me aceita do que em mim e na mulher que amo.

e pra ser a cereja do bolo, o natal em que a travessa de pernil virou em cima de mim (enquanto eu tentava me equilibrar na escada molhada da chuva torrencial que caía) me dando um banho de gordura, estragando meu vestido lindo e novo, além de me deixar cheirando a pernil a noite toda.

feliz natal pra vocês!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

"o amor é uma espécie de preconceito. a gente ama o que precisa, ama o que faz a gente se sentir bem, ama o que é conveniente. como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras pessoas no mundo que você amaria mais se conhecesse? mas a gente nunca sabe"

bukowski

domingo, 15 de dezembro de 2013

madrugância

porque
na madrugada os barulhos dormem, e o silêncio grita. na madrugada minha cabeça caminha, pula, passeia por assuntos, decisões, planos. na madrugada eu tenho as melhores ideias e as piores conclusões. na madrugada as dores se definem, a solidão se acentua, as certezas se reforçam, as dúvidas se resolvem. e, só depois de mudar o mundo na madrugada, eu durmo.

então amanhece

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

...

passei a metade do dia pensando nos motivos que podem levar uma pessoa a roubar alguma coisa de alguém e, sério, nada justifica. nada. roubar um carro de quase vinte anos, que, com certeza absoluta, não vai ter pra ninguém o valor que tem pros meus pais. um carro que, exatamente por ter seus quase vinte anos, não tem seguro... por quê?

e o carro, um escort 1994, pode parecer tão pouco, tão velho, tão simples, mas não é. muito mais do que um carro apenas, é uma conquista dos meus pais. é resultado de muito trabalho, é o investimento de um dinheiro bastante significativo pra eles. depois de um tempo tão duro, tão pesado, comprar um carro fez meus pais rejuvenescerem um pouco. é a razão de eles se animarem mais a sair, de conhecerem lugares novos, de passarem dias longe de todos os problemas que se puseram em nuvem em cima de tudo.
eles fizeram do carro sua válvula de escape.

essa coisa de valor é tão relativa, né?

e o sentimento de impotência que vem nessas horas é tão, tão forte...


domingo, 24 de fevereiro de 2013

um não sei quê me enchendo de vazio.
dói.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

dos 6 para os 25

Ei, adulta,

onde você tava quando me perdeu?
Eu pensei que estaria com você até sempre... que você me teria nos sorrisos, nos olhos, nos desejos, nos sonhos, nas esperanças, pela vida inteira...
Mas em algum momento nossas mãos escorregaram, e eu fiquei aqui, sozinha, te vendo seguir meio perdida, e se transformar em alguém que me surpreende.
Algumas coisas eu até entendo que fui eu que tinha uma noção totalmente diferente da realidade... por exemplo: cadê a casa, o carro, os filhos? Agora eu entendo que essas coisas dependam de mais do que simples vontade.
Mas o que me espanta é olhar pra você e não encontrar a vontade que eu tenho. Os sonhos vivos e a meta de realizá-los que eu tenho. Não vejo em você nem um pouco da minha alegria... E muitas pessoas que estão do meu lado agora? Por que não estão com você também?
Você parece tão cansada, tão desanimada... tão triste. E quando vejo que você está assim é que me sinto mais distante...
Eu ainda acho alguma coisa de mim com você, sabe?! Sua personalidade é bem parecida com a minha. Você não leva desaforo pra casa, eu também não. Você e eu não desistimos facilmente das coisas em que acreditamos. Você e eu somos guiadas pelo amor. Eu me vejo com você quando está com as crianças... no tanto de admiração e amor pelos seus pais... Eu me vejo com você sempre que você está sorrindo pra quem ama. Essas coisas eu gosto de ver em você, mesmo aí, tão distante de mim.
Às vezes, você se ilumina por um tempo, em alguma gargalhada, e eu me encho de esperança, achando que você vai me ver logo, logo. Mas, de repente, seus olhos vão se apagando... a luz dá lugar à lágrima, e eu me sento quietinha de novo, ainda distante.
Eu espero poder te reencontrar. De verdade. Talvez um dia você se lembre de mim e volte pra me buscar. Eu vou estar aqui, te olhando de longe, tentando entender o lugar aonde você está indo agora. Quem sabe eu não te faça sorrir de novo? Quem sabe eu não te convença a acreditar mais? Talvez você volte a sentir aquela coisinha boa que eu sinto aqui dentro de mim, você lembra?!
Talvez comigo você consiga ter um pouquinho daquela luzinha que chamam de felicidade e paz.

Um beijo da criança que você foi.

sábado, 30 de junho de 2012

sobre a falta

tenho sentido muita falta.
não exatamente uma falta nostálgica, mas uma falta vinda do dar-se conta de que as coisas não mais serão como já foram um dia.
sinto falta de ter certeza dos amigos que tenho, de acreditar que amizade é pra sempre e que vou envelhecer sendo amiga das pessoas que conheci na" maternidade". hoje, acho até que as pessoas de agora que vão chegar comigo na idade mais avançada talvez nunca (ou só daqui a muito tempo) saibam quem eu sou. mas gostaria muito de me surpreender, rindo - ou reclamando - aos 73 anos com algumas pessoas que tenho perto...
sinto falta de ter tempo, ou de conseguir fazer meu tempo render, com cinco atividades por dia, dormindo poucas horas e acordando no dia seguinte com disposição pra recomeçar tudo de novo.
sinto falta de ter uma vida só. (mas por essa vale a pena passar, porque acredito que um dia não vai ser mais necessária.)
sinto falta de ter ânimo. de ter alegria. de traçar mil planos e acreditar que vou conseguir realizar todos eles. de querer (e de poder) fazer alguma coisa pra mim. de querer sair e viver a vida, em vez de querer só sentar na janela e ver que ela acontece lá fora. falta de fazer bem.
hoje tenho preguiça, cansaço, desesperança... não curto essa fossa, mas ela se instalou em mim, e não consigo me livrar dela. e pesa. como pesa.
tenho a sensação de ter vivido muitas vidas em pouco tempo, e queria descansar um pouco. apertar o pause, e só descansar...

esse post é um "expirar". uma tentativa de suspiro, de respirar fundo e soltar aquela angústia lá do fundo do peito. talvez seja uma tentativa de me entender, de me acordar. ou talvez não seja nada com coisa nenhuma, mesmo.
pode ser saudade do tio, da avó, da saúde e da independência do irmão, da minha casa arrumada, de alguns abraços, de algumas vozes...
ou a época do ano. podem ignorar.